O Frontão do Cemitério de Arez, no Rio Grande do Norte, ganhou destaque nacional como Patrimônio Cultural Brasileiro ao ser um dos cinco cemitérios tombados pelo Instituto do Patrimônio Cultural Brasileiro (IPHAN) escolhidos para estampar os selos dos Correios no ano de 2013. ConstruÃdo no inÃcio do século XVII e com o expressivo estilo arquitetônico barroco, o frontão é até hoje considerado um exemplar único da arquitetura de cemitérios no Brasil, devido a sua enorme beleza e esplendor. Portanto, em virtude de sua história riquÃssima e sua importância como patrimônio histórico brasileiro, o frontão do cemitério de Arez é o tema de hoje do Quinta Potiguar.
O frontão está localizado em Arez, uma cidade com uma história rica que se inicia com o surgimento de um povoado indÃgena ás margens da lagoa de GuaraÃras, chefiado pelo cacique Jacumaúma. Ao longo do século XVII, existem evidências da presença holandesa nesta aldeia, seguida de forte dominação e catequese dos Padres JesuÃtas sob os habitantes indÃgenas da região por quase cem anos, sendo, neste último perÃodo, construÃda a Igreja e o Convento de Arez, até hoje conservados na cidade e no qual falaremos posteriormente aqui no Quinta Potiguar. Em 1760, o povoado foi elevado à categoria de vila, sendo nomeada, Vila Nova de Arez. Em 1822, de acordo com a descrição feita pelo IPHAN, o frontão foi construÃdo pelo capuchinho paraibano Frei Herculano, durante sua passagem pela vila. O monumento possui o estilo barroco e é considerado "[...] a peça mais sugestiva de todo o estado [do Rio Grande do Norte] [...]" (IPATRIMÔNIO, s.d). Além disso, segundo a Prefeitura de Arez RN (s.d.): "No Brasil, não existe outro frontão de cemitério com tamanho requinte e esplendor." e sua beleza ganhou destaque no Brasil quando o monumento foi tombado em esfera nacional pelo IPHAN, no ano de 1962, por causa de sua importância cultural para o paÃs, singularidade e seus valores arquitetônicos. Em 2013, o monumento voltou a ganhar destaque nacional ao ser escolhido como um dos cinco mais importantes cemitérios do paÃs representado artisticamente nos selos dos Correios daquele ano. A ação, visava homenagear os 15 cemitérios tombados pelo IPHAN e valorizar "[...] a percepção dos cemitérios a serem preservados como patrimônio cultural." (AFBN, 2013). Atualmente, o monumento continua de pé, adornando a entrada do cemitério, porém seu estado está classificado no Portal IPatrimônio como em risco, o que nos alerta para a necessidade de valorização e restauração urgente de nossa história.
Quanto à arquitetura, o frontão é um exemplar do estilo colonial, possuindo enorme influência do estilo barroco em seus traços. Apesar de frontões de cemitérios serem pouco comuns no Brasil, este estilo arquitetônico do monumento também pode ser encontrado em edificações religiosas potiguares, como na Igreja Nossa Senhora do Ó e Igreja do Galo, monumentos já falados aqui no Quinta Potiguar. Desta forma, podemos destacar no frontão elementos arquitetônicos como a simetria, a presença de colunas compósitas que dividem o monumento em 5 segmentos, 6 pináculos em forma de lótus acima da cornija, decoração mural em alto relevo cheia de curvas, decoração na base e rodapé do monumento com motivos florais, janelas retas e verga em arco pleno, portão de entrada central com linhas retas e verga em arco pleno, encimada por um frontispÃcio em forma de sino e uma cruz.
Em suma, o frontão do Cemitério em Arez é um monumento de extrema importância histórica e arquitetônica para o Rio Grande do Norte e o Brasil. É um exemplar único do nosso paÃs que resistiu ao tempo e conta em seus traços a nossa história, mas que infelizmente encontra-se em estado de risco e precisa urgentemente ser conhecido, valorizado e restaurado. PRECISAMOS PRESERVAR NOSSO PATRIMÔNIO!
IPATRIMONIO. Arês – Portão do Cemitério. Ipatrimônio, Brasil. 01. DisponÃvel em: http://www.ipatrimonio.org/ares-portao-do-cemiterio/#!/map=38329&loc=-6.190752625785653,-35.146636962890625,15 Acesso em: 21 set. 2021.
PREFEITURA DE AREZ RN. Turismo. Portal do Cidadão, Arez, RN. DisponÃvel em: https://arez.rn.gov.br/cidadao/turismo.html . Acesso em: 21 set. 2021.
CASTRO, Elisiana Trilha. Aqui também jaz um patrimônio: identidade, memória e preservação patrimonial a partir do tombamento de um cemitério (o caso do cemitério do imigrante de joinville/sc, 1962-2008). 2008. 210 f. Dissertação (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. DisponÃvel em: https://core.ac.uk/download/pdf/30372888.pdf . Acesso em: 21 set. 2021.
IBGE. Arês. IBGE, Brasil, 2017. DisponÃvel em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/ares/historico . Acesso em: 21 set. 2021.
AFNB. Cemitérios Brasileiros: patrimônio cultural. Associação Filatélica e Numismática de BrasÃlia (AFBN), BrasÃlia,24 jul. 2013. DisponÃvel em: http://afnb-bsb-colecionismo.blogspot.com/2013/07/cemiterios-brasileiros-patrimonio.html . Acesso em: 21 set. 2021.